Com um novo experimento, cientistas
mediram um novo valor para uma constante fundamental – o G, a constante
gravitacional -, que é ligeiramente mais elevada do que experiências
anteriores haviam mostrado. Embora o resultado provavelmente não altere a
nossa compreensão da gravidade, a razão para esta diferença é
desconhecida.
A constante gravitacional G é uma faceta
importante do nosso universo, assim como a velocidade da luz ou a
constante de estrutura fina. O G aparece nas equações que governam o
movimento dos planetas e da expansão do universo, e os pesquisadores vêm
tentando determinar com precisão seu valor nos últimos 200 anos, mas
ainda há uma grande variação nos resultados experimentais. Esta última
tentativa para calcular o G foi feita para entender melhor essa variação
e, em vez disso, acrescentou mais uma interrogação para os cientistas
coçarem a cabeça.
“Conseguir um bom controle sobre a
constante gravitacional sempre foi uma tarefa árdua”, disse o físico
Stephan Schlamminger, do Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia, que
não estava envolvido neste trabalho, mas fazia parte de uma equipe
diferente que mediu o G em 2006. “Medir o G é tão difícil quanto escalar
o Monte Everest”, disse ele.
O primeiro experimento para medir o G
foi realizado em 1798 pelo cientista britânico Henry Cavendish. Ele
equilibrou duas esferas de massa M1 e M2 fixadas nas extremidades de uma
barra horizontal que estava suspensa por um fio. Ao aproximar das
esferas dois outros corpos de massa M1 e M2, também conhecidas, a barra
horizontal girou devido à interação entre as massas, torcendo o fio de
sustentação. Sua experiência definiu ao G um valor de 6,74 × 10-11 m3/kg
s2.
Desde então, dezenas de experimentos
para medir G foram realizados, produzindo uma estimativa moderna de
6,67384 × 10-11 m3/kg s2 – não muito longe do resultado obtido há mais
de 200 anos.
“Hoje em dia, nós usamos um laser que é
medido por um LED, mas não é algo muito diferente do que Cavendish fez”,
disse o físico Harold Parks, co-autor do novo estudo.
O novo teste resultou um novo valor de G: 6,67545 × 10-11 m3/kg s2, que é maior do que o valor estimado anteriormente.
Medir o G com alta precisão é uma tarefa
extremamente difícil. Quaisquer outros processos podem afetar o
experimento, incluindo a irradiação de calor a partir de uma pessoa nas
proximidades ou pequenas vibrações em uma mesa de laboratório.
Todos esses efeitos precisam ser
contabilizados e eliminados. É por isso que experimentos para medir o G
demoram pelo menos uma década, e muitas vezes mais do que isso. A equipe
de Quinn começou a construir seus aparatos experimentais em 2002, e a
coleta de dados em 2008. Desde então eles estão calculando o valor da
constante.
“Há uma diferença entre essa nova medida
e as demais, e é interessante uma investigação mais aprofundada”, disse
Schlamminger. Mas ele não acha que isso altere completamente o que
sabemos sobre o nosso universo.
A gravidade é uma força extremamente fraca,
mais de 40 ordens de grandeza mais fraca do que a outra força familiar:
o eletromagnetismo. Quando você pega uma caneta de sua mesa, as forças
eletrostáticas de sua mão (que permitem que você segure objetos sólidos)
são capazes de superar facilmente a força gravitacional de toda a Terra
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